SE SEMEIAS
Francisco
Malhão
Se semeias com amor, não te
espante a terra eriçada de espinhos...
Que seria da lavoura sem o
arado firme e prestimoso, que opera a renovação? Que seria da vida, sem a
persistência da boa-vontade?
Ergue-te cedo, cada dia, e
espalha os grãos do entendimento e do serviço.
Provavelmente, surgirão,
cada hora, mil surpresas inquietantes.
As ruínas conseqüentes do
temporal, o bote da serpe oculta, os seixos pontiagudos da estrada, a soturna
visão do pântano, a guerra sem tréguas contra os animálculos daninhos, os calos
dolorosos das mãos e dos pés, a expectativa torturante, são o que vive em sua
luta diária o semeador que se decide a trabalhar...
Recompensas? Não aguardes a
remuneração da Terra.
O mundo está repleto de
bocas famintas que devoram o pão, sem cogitar dos sacrifícios ou das lágrimas
que lhe deram origem.
Enquanto peregrinares entre
os homens, o teu prêmio virá do perfume das flores, da luminosa vestidura da
paisagem ou do caricioso beijo do vento.
Se semeias com amor, não
indagues de causas.
Consagra-te ao esforço do
bem, para que o solo se renove e produza.
Compadece-te da terra sem
água.
Não desampares o deserto.
Não te irrite o charco.
Ajuda sempre.
A felicidade vem do amor, o
progresso vem da cooperação.
A lavoura do espírito é
semelhante ao amanho do campo.
Auxilia sem cessar...
Se semeias com amor, jamais
desanimes, porque se é teu o trabalho do plantio, a semente, o crescimento e a
frutificação pertencem ao Divino Semeador, que nunca se cansa de semear.
Livro: Falando
a Terra – Chico Xavier/Espíritos Diversos
Nenhum comentário:
Postar um comentário