A questão do tempo
O vestibulando chega
correndo ao local da prova, mas o portão se fecha à sua frente. Ele senta e
desaba.
Tanto esforço. Tanta
preparação. Tanto estudo. Tudo perdido por um atraso mínimo de segundos.
O pedestre observa o sinal
vermelho, mas decide atravessar correndo porque está atrasado para um
compromisso.
Freada brusca. Susto.
Talvez ferimentos graves. Tudo por questão de um segundo de precipitação.
O funcionário chega
correndo, esbaforido, bate o cartão e vai para seu local de trabalho.
Ali, precisa de alguns
minutos para se recompor. Subiu as escadas correndo porque os elevadores
estavam lotados e ele não desejava se atrasar, a fim de não ter descontados
valores, ao final do mês, em seu salário.
Desculpas se sucedem a
desculpas.
- · Não deu tempo.
- · Não foi possível chegar.
- · Perdi o ônibus.
- · O trânsito estava terrível na hora em que saí.
Tempo é nossa oportunidade
de realização, que devemos aproveitar com empenho.
A nossa incapacidade de
planejar o uso do tempo provoca a desarmonia e toda a série de contratempos.
O tempo pode ser comparado
a uma moeda. Se tomarmos de uma porção de ouro e cunharmos uma moeda, poderemos
lhe dar o valor de um real.
Este será o valor inscrito.
Mas o valor verdadeiro será muito maior, representado pela quantidade do precioso
metal que utilizamos.
As moedas do tempo têm uma
cunhagem geral, que é igual para todos: um segundo, um mês, um ano, um século.
No entanto, o valor real
dependerá do material com que cunhamos o nosso tempo, isto é, o que fazemos
dele.
Para um correto
aproveitamento desse tesouro, que é o tempo, é preciso disciplina.
Para evitar correria,
levantemos um pouco mais cedo.
Preparemo-nos de forma
rápida, sem tanta enrolação.
Deixemos, desde a véspera,
o que necessitaremos para sair, mais ou menos à mão, evitando desperdícios de
minutos à procura disto ou daquilo.
Se sabemos que o trânsito,
em determinados horários, está mais congestionado, disciplinemo-nos e nos
programemos para sair um pouco antes, com folga.
Esses pequenos cuidados
impedirão que percamos compromissos importantes, que tenhamos de ficar sempre
criando desculpas para justificar os nossos atrasos, que tenhamos taquicardia
por ansiedade ao ver o relógio dos segundos correr célere, demarcando os
minutos e as horas.
* * *
Na órbita das nossas vidas,
não joguemos fora os tempinhos tantas vezes desprezados.
Aproveitemos para escrever
um ligeiro bilhete de carinho a alguém que esteja enfrentando momentos graves.
Telefonemos a um familiar
ou amigo que não vejamos há muito tempo.
Cuidemos de um vaso de planta. Desenvolvamos idéias felizes para fazer o bem a alguma
pessoa que saibamos necessitada.
Valorizemos os minutos para
descobrir motivos gloriosos de viver, para aprender a amar a vida e iluminar o
nosso caminho.
Redação
do Momento Espírita, com base no cap. 3, do livro Vereda
familiar, pelo Espírito Thereza de Brito, psicografia de Raul Teixeira,
ed. Fráter e no cap. O grande tesouro, do livro Uma razão para viver, de Richard
Simonetti, ed. Gráfica São João.
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