sexta-feira, 23 de novembro de 2012

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

quinta-feira, 15 de novembro de 2012


CHICLETE COM BANANA      ANGELI

ANGELI


Viver com fé
Faltam atitudes que remetam a elementos ligados ao amor ao próximo, à paixão pela construção de virtudes

Fiquei desolado quando o escapulário dado pela minha mãe havia dois anos escorreu do mármore da pia diretamente para o ralo. Não que eu o considerasse um instrumento poderoso de sorte ou de proteção, mas ali residia um pensamento constante de fé.
Tentei recuperar o símbolo de todas as formas. Dava para ver um pedacinho de Nossa Senhora, com o Menino Jesus no colo, no meio daquela escuridão do cano que sabe Deus onde descambaria. Em vão. Foi para o além de meus olhos, dedos e pescoço.
Fiquei triste. Mamãe calou-se após conhecer detalhes do ocorrido, mas antes soltou aquele "Ahhhhh, filho" que me deixou com o sagrado coração apertadíssimo. O detalhe é que, naquele dia, eu iria visitar o Vaticano. Estava em viagem à Itália.
Por onde olho, atualmente, noto que faltam escapulários, fitinhas do Bonfim, guias. Faltam pensamentos e atitudes que remetam ao ambiente, às pessoas, às atitudes, a elementos ligados ao amor ao próximo, à paixão pela construção de virtudes e de uma sociedade mais fraterna.
Como me disse um motorista aqui do jornal, o Benê: "Não importa se seja pelo candomblé, pela Seicho-No-Ie, pela Igreja Católica, pelo espiritismo, as pessoas precisam agir mais, pensar mais positivo para melhorar o lugar onde vivem. Não dá para ser cada um por si em torno da sua religião".
O foco está direcionado demais aos resultados, ao melhor desempenho no trabalho, ao que fazer com o 13º salário. Junte-se a isso o trânsito do cão das grandes cidades, as dívidas do cartão de crédito e a violência. Pronto, acabou o espaço para pensar na fé.
Não quero provocar a fúria daqueles que não botam fé em valores imateriais como crer em uma força intangível, mas, para mim, muitas e muitas dores, dissabores, injustiças, desigualdades, preconceitos e outras desgraceiras só sucumbem a partir do momento em que se acredita.
Não é à toa que tenho devotado um pouco do meu tempo de descanso para apreciar o "Viver com Fé", um programa de TV que, estrelado pela atriz Cissa Guimarães, vai entrar em sua segunda temporada pelo canal pago GNT. Um bálsamo.
Com uma fórmula bem simples, gente desabrochando seus testemunhos do poder da fé, independentemente da sigla que se professa, o programa é inspirador para motivar reflexão em torno do espaço exaustivo que se costuma doar ultimamente para demandas que nem é preciso ir muito a fundo para caracterizar como pífias.
Enquanto uns agem com brutalidade com quem erra, há outros pacientemente agradecendo pela oportunidade de voltar a jogar; ao passo que enquanto uns se enervam pelo negócio perdido, pessoas sorriem grande por ganhar novas oportunidades.
Viver com fé ajuda a incentivar as crianças a gostar mais do arco-íris e a ter menos medo de tempestades. E crianças são as construtoras do sonhado e tão surrado "mundo melhor".
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Na semana passada, chegou lá em casa um pacote embrulhado em papel pardo cuja remetente era "minha santa". Dentro, afora muitos papéis amassados, um novo escapulário. Mamãe não mandou nenhum recado, nem colocou cartão. Mas é certo que não precisava. Ela botou ali a fé de que eu entenderia sua mensagem.

Jairo Marques




A Parábola do Filho Pródigo
"Disse Jesus: Um homem tinha dois filhos.
O mais moço disse a seu pai: Meu pai, dá-me a parte do patrimônio que me toca.
O pai então repartiu entre eles os haveres.
Poucos dias depois ajuntando tudo o que lhe pertencia, partiu o filho mais moço para um país muito distante, e lá dissipou sua herança vivendo dissolutamente. Depois de ter esbanjado tudo, sobreveio àquela região uma grande fome: e ele começou a passar penúria. Foi pôr-se a serviço de um dos senhores daquela região, que o mandou para os seus campos guardar porcos. Desejava ele fartar-se das vagens que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Entrando então em si e refletiu: “Quantos empregados há na casa de meu pai, que têm pão em abundância, e eu, aqui, a morrer de fome! Levantar-me-ei e irei a meu pai, e dir-lhe-ei: Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como a um dos teus empregados”. Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai. Estava ainda longe, quando seu pai o viu, e, movido pela misericórdia, correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
O filho lhe disse então: “Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho”.
Mas o pai disse aos servos: “Trazei-me depressa a melhor (primeira) veste e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés. Trazei também o bezerro cevado e matai-o; comamos e festejemos. Este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido e foi achado”. E começaram a festa.
O filho mais velho estava no campo. Ao voltar e aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um servo e perguntou-lhe o que havia. Ele lhe explicou: Voltou teu irmão. E teu pai mandou matar um novilho gordo, porque o reencontrou são e salvo. Encolerizou-se ele e não queria entrar; mas seu pai saiu e insistiu com ele. Ele, então, respondeu ao pai: há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir ordem alguma tua, e nunca me deste um cabrito, para festejar com os meus amigos. E agora, que voltou este teu filho, que gastou os teus bens com as meretrizes, logo lhe mandas-te matar um novilho gordo!
Explicou-lhe o pai: “Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu; convinha, porém, fazermos festa, pois que este teu irmão estava morto e reviveu, tinha-se perdido e foi achado”. 
Lucas, 15:11 a 32








_Vovô como o Senhor machucou o dedo do seu pé? Perguntou o neto do velho Hassam olhando o pé lesado do avô.
_Meu filho essa é uma história muito antiga. Seu pai tinha sua idade quando me fez a mesma pergunta...
_E o Senhor contou a ele?
_Sim!
_E vai me contar também?
_Depende de você, se estiver com tempo e paciência para ouvir esse seu velho e desocupado avô.
_Claro, vovô! Não só quero ouvir como vou guardá-la comigo!!
_Bem tudo começou quando eu completei meus dezoito anos, não que isso fosse uma data muito importante, mas para mim era! Havia uma decisão minha de muito tempo atrás: de que quando eu tivesse mais idade eu iria embora da casa paterna. Meu pai deu uma grande festa para comemorar meu aniversário e também marcar a data do meu casamento com a filha de um grande amigo e parceiro seu nos negócios da família, isso seria dali a dois anos...
Eu não tinha nada contra a festa, a alegria pelo meu aniversário, mas casar?E um casamento totalmente sem a minha participação????
Tudo isso veio no meu pensamento naquela madrugada acordando logo cedo fui para o pátio do solar paterno e procurando nas estrelas as respostas pensei lê-las no rasto de um meteoro que naquele momento cortava o infinito....
Passei a madrugada  toda matutando os meus plano e nenhum deles incluía  um casamento e nem ficar por ali, afinal de contas como todo jovem eu queria  conhecer o mundo e saber alguma coisa da vida!
Eu não era e nem nunca fui feito do mesmo barro que os homens das velhas gerações que se contentavam com o pouco que tinham, que conheciam e que viveram...
Logo de manhãzinha quando a casa acordou e os servos começaram sua azáfama cotidiana, logo que vi meu pai já havia acordado e se preparava para a sua primeira refeição do dia, fui a sua procura.
Papai fazia o desjejum junto com seu administrador das vinhas e discutia produção, colheita e demais trabalhos a serem realizados nos parreiras da família.
Fiquei de lado esperando que ele se  desvencilhasse do administrador  e quase uma hora depois fui a te ele... Foi a conversa mais difícil da minha vida, ao colocar ao meu velho pai a minha posição em relação à vida e aos meus projeto, ouvi gritos, berros e como todo judeu da velha guarda, ele arrancou cabelos, rasgou as vestes e vociferou, como vociferou !!!!!
Mas eu também sou um judeuzinho de sangue nas veias e o fato de ser jovem, inexperiente, sem grandes conhecimentos da vida lá fora em nada mudou a minha forma de pensar ou os meus desejos de então.
Daquela conversa inicial não saiu decisão alguma, saíram sim os maiores atritos do mundo entre pai e filho!!
Ficamos uma semana sem nos vermos chegou o dia em que fatalmente iríamos ter a conversa de família mais importante em todos os aspectos da minha vida!!!
_Então meu filho, pensou bem em tudo o que me disse outro dia?
_Sim, meu pai!
_E qual é a sua decisão?
_Eu analisei muito bem a minha vida, tudo aquilo que tenho e o que aprendi até hoje e sinto que me falta ainda muita coisa, há muito que ver, a aprender e desenvolver para que eu tome a decisão de fincar raízes tão profundas como essas que o Senhor quer para mim. Então tomei a minha decisão definitiva.
_Muito bem, e qual é essa sua decisão?
_Eu decidi que quero partir para ma viagem de aprendizado e por isso lhe peço a parte na herança a que tenho direito!
_Sei e você tem a menor idéia daquilo que está fazendo e me pedindo??
_Sim, meu pai. E saiba que o meu objetivo não é afrontá-lo e nem lhe faltar com o respeito!
_Imagino que assim seja! Não há mais nada que eu ou a sua família possa fazer?
_Sim, meu pai, me abençoar!
_Meu filho, não importam as quedas, as falhas nem os erros que você ou seu irmão venham a cometer, jamais ficarão sem minhas bênçãos, mesmo que minhas lágrimas cheguem primeiro...
É claro que neste relato eu estou amenizando a conversa, porque aquilo foi um combate ferrenho. Não apenas porque ali naquele momento estava um filho desrespeitando uma decisão paterna, mas também dilapidando o seu patrimônio... Pois como você sabe muito bem meu filho, de acordo com a tradição e as leis judaicas o herdeiro presuntivo da casa é o filho primogênito. E será sempre o filho do sexo masculino, não importando se o primeiro filho do casal for uma menina, pois bem eu era o terceiro filho da casa.... Eu naquele momento era o filho mais jovem e mais desmiolado da família e estava afrontando de todas as formas o amor paterno...
Eu estava reparado para ser expulso de casa sem direito a nada e até isso havia cogitado nos meus projetos....
Mas engraçado é que meu pai ao invés de continuar batendo de frente comigo e minhas idéias ele simplesmente baixou a guarda e de repente quando eu me preparava para o pior, para sair de casa execrado, com uma mão na frente e outra atrás ele colocou a mão no meu ombro e falando com uma calma avassaladora me disse:
_Tudo bem meu filho. Se essa é a sua decisão será como você quer!
_Aquele foi um dos momentos mais estanhos da minha vida, ele com aquele gesto  e aquela frase me desmontou por completo... Sai dali de cabeça baixa, parecia mais um derrotado e não alguém que havia conseguido o que queria! Chequei à conclusão de que eu realmente não conhecia meu pai!
Poucos dias depois fui chamado por ele e me foi colocada nas mãos um bolsa de pele de cabra e disse-me ele que ali estava a minha parte na herança paterna e que cabia a mim fazer com ela o que bem me aprouvesse...E que ele de maneira alguma poria qualquer objeção às minhas decisões...
Me senti aquele momento como se tivesse sido abandonado por todos no meio do deserto, realmente a sua falta de zanga, a sua falta de pulso para comigo nessa hora foi para mim a pior surra...
Poucos dias depois devidamente munido de tudo o que necessitava para uma longa viagem e com as bênçãos do meu pai parti para jornada mais longa e mais estranha da minha vida!
Saindo da minha terra, da minha região e do meu país e fui para uma região desconhecida, que ficava num país mais ao norte de Israel. Lá chegando depois de muitos dias de viagem acompanhado por um servo que meu pai enviou para cuidar de mim, mas ao entrar na primeira cidade que encontramos o dispensei, pois estava saindo de casa para viver a vida...
Logo na chegada àquele país fui informado de que a capital do mesmo estava a alguns dias de viagem e que ali encontraria tudo o que era necessário a um jovem viajante rico como eu era.
Integrei uma caravana de comerciantes que seguiam para o mesmo destino, onde fiz amizade com o chefe da caravana e seu jovem filho. Esse jovem tornou-se em pouco tempo meu melhor amigo, e como ele era daquela cidade me apresentou a todos aqueles que realmente me interessavam, ou seja, a nata da sociedade local. Logo que ali cheguei já fui me integrando aos grupos festivos onde eu era o centro das atenções!
Você não pode imaginar a quantidade de amigos que fiz no pouco tempo em que lá permaneci.
Festas homéricas! Foram tantas festas, diversões tantas que não havia tempo para pensar em mais nada.... Para descansar de tudo íamos para a vila do pai do meu amigo onde recompúnhamos nossas energias.
Era uma herdade de bom tamanho onde se produzia muita verdura e tinha uma grande criação de porcos.
Acontece que algum tempo depois da minha chegada àquela cidade, veio uma grande seca naquela região, o país todo foi tomado pela fome e pela sede.  Não houve quem não fosse atingido e eu, é claro estava entre esses já que há muito notava a minha bolsa meio vazia... Mas chegou o dia em que descobri que ela estava realmente sem nenhuma moeda dentro...
Aquilo deveria ser motivo de preocupação, mas qual!
Eu tinha tantos amigo que sem duvida deveria haver sempre alguns deles para vir em meu socorro naquela situação que a meu ver ser apenas temporária, não tinha como nunca tive a noção do perigo... Parti em busca desses companheiros de festejos, mas qual! Não encontrei nenhum deles disponível, todos haviam sumido no ar, sempre tinham o que fazer e nenhum deles com uma moeda sequer para emprestar....Depois de muito bater em portas e vagar a esmo pela cidade e cercanias, só restou mesmo aquele amigo  e seu pai... Como meu amigo havia partido a negócios da família, conversei com seu pai e expus a minha situação e ele me olhando no fundo dos olhos me disse que me daria serviço na sua vila e que lá eu teria de fazer o que me ordenasse o seu administrador, aceitei na hora!
Acreditava que lá chegando seria me oferecido algum serviço junto à administração, algo assim como contador, ou gerente...
Mas lá chegando foi decepção em cima de decepção, pois tudo o que ele me perguntava em relação aos serviços ali realizados eu não sabia como responder ou fazer e sendo assim não encontrei nada no ambiente à minha altura, ou pelo menos aquela altura que eu achava que tinha na escala social! Foi-me dado o serviço de cuidar dos cavalos e dos camelos da caravana que lá ficavam quando não estavam em viagem. Serviço duro e que jamais imaginaria que existisse. Com o tempo fui me acostumando até que chegou o dia em que todos aqueles animais foram levados embora e fiquei sem uma ocupação definida....
Alguns dias depois o administrador me chamou e me colocou diante de uma situação definitiva: ir embora ou cuidar dos porcos! Fiquei sem ação. Tentei argumentar que em sendo um judeu tinha pelos porcos uma aversão atávica e nunca conseguiria conviver com aqueles animais da mesma forma que com os cavalos e camelos. Mas não houve acordo entre nós e por não ter a menor condição de sobreviver fora dali, lá fui eu tratar e praticamente viver com os porcos....
Acontece que a situação piorou tanto na região que os servos e trabalhadores da vila ficaram sem ter o que comer e só restaria mesmo a comida dos porcos. A comida se compunha basicamente das vagens das alfarrobeiras que naquela região eram abundantes.
E assim foi por alguns meses até que um dia quando nem minhas roupas já não estavam mais dando conta e minhas expectativas de vida de descobertas estava há muito esmorecidas que comecei a refletir sobre a minha situação de penúria... E comecei a lembrar que todos os que viviam sob o teto de meu pai ou a ele prestavam serviços tinham teto, pão, alimentos e eu ali morria de fome...
Decidi que estava na hora de tomar novos rumos na vida e voltar à casa paterna. Depois de muito refletir sobre os meus atos em relação a meu pai conclui que deveria voltar e pedir-lhe perdão  e me colocar com um dos seus servos que era muito mais do que eu merecia depois de tudo o que lhe fiz....
E assim fiz, deixei aquela vila somente com a roupa do corpo e praticamente descalço parti de volta... Não foi uma viagem fácil, se na minha vinda estava com um meio de transporte e tendo do bom e do melhor ao meu dispor, dessa vez  eu estava a pé, sozinho e sem a mínima condição de ser  considerado um viajante, eu era um mendigo, quase nu, cabeludo e totalmente sem condições de entrar em qualquer das cidades por onde iria passar pela porta da frente.... Foi uma jornada longa e triste, passei pelos caminhos que fiz há tão pouco tempo como filho de uma rica família e cheio de dinheiro e poder tendo comigo agora apenas um saco de panos sujos e mais nada...
Depois de uma longa e sofrida caminhada avistei a casa paterna. E qual não foi a minha surpresa quando ainda faltando uma longa distância vejo o meu velho pai vindo correndo ao meu encontro... Ao nos aproximarmos  cai de joelhos e chorando ao beijar-lhe as mãos roguei sua compaixão e o seu perdão pois eu havia pecado contra ele e suas sábias decisões e contra Deus. Supliquei ao meu pai que me recebesse na sua casa como o ultimo dos seus servos... Mas ele gritando aos servos que se aproximavam para que trouxessem minhas túnicas, me colocassem sandálias nos pés e anéis em meus dedos, sinal de autoridade.
Chegando ao nosso velho solar providenciou imediatamente para que fosse realizada uma grande festa, afinal de contas o seu filho que estava perdido havia voltado! E gritando para que todos ouvissem e participassem da sua alegria exigiu o mais gordo vitelo para que comecemos e bebêssemos e nos alegrássemos, afinal a família estava de novo completa! E a festa varou a noite, aconteceu que nesse meio tempo meu irmão mais velho que estava nos campos voltou para a casa...Quando ele estava chegando e ouvindo a música e o barulho da festa, chamou um dos servos para ter as informações do que acontecia por ali e o servo contou do meu retorno são e salvo e que nosso pai havia dado uma festa para comemorar a minha chegada, sua cólera foi muito grande e entrando foi logo chamando a atenção do nosso pai, já que ele o servia há tantos anos, que ele estava ali para tudo o que fosse necessário e que jamais havia achado o serviço muito pesado e tinha aplicado os seus melhores anos de vida naquela casa e nos negócios da família e que jamais havia recebido um agrado paterno, nunca tinha assado um cordeiro sequer para que fosse comer com seus amigos  e agora com esse filho desnaturado que havia gasto o dinheiro paterno na esbórnia, em todas as farras da vida, o pai ainda havia matado o seu melhor vitelo para celebrar esse retorno!
Naquele estado de cólera não queria nem entrar, mas o nosso pai saiu e lhe falando com carinho e firmeza disse-lhe que realmente ele era o seu grande companheiro, o grande amigo que estava sempre do seu lado e que tudo o que pertencia  a um era do outro, que não havia nenhuma razão para desavenças! Mas que tínhamos que fazer uma grande festa, pois um dos irmãos que estava praticamente morto havia revivido, estava perdido e foi encontrado... Meu irmão muito mais pela obediência e pela sua capa de bom moço entrou....
Durante algum tempo vivemos naquele ambiente meio de paz, meio de guerra, até que vagarosamente tudo foi se acertando...
Foi quando numa conversa com meu pai o questionei sobre a sua decisão no momento em que optei por partir daquela casa. Ele me respondeu que pela sua experiência de vida e tendo passado um dia pelos anos da juventude sabia que aquela era minha necessidade do momento, fazer aquela viagem em busca de conhecimento e experiência de vida e que sabia que nada iria me tirar daquele caminho... Se porventura algo me desviasse do meu destino naquele momento com certeza eu seria um adulto frustrado e sem nenhum valor para a vida. Ele sabia de tudo o que iria me acontecer, mas sabia também que eu era seu filho e que nuca iria decepcioná-lo. Então em momento algum pensou em me tirar aquela chance, mesmo que isso significasse sofrimentos para nós dois.
Realmente meu pai me conhecia!!!
Algum tempo depois meu irmão veio a falecer e foi de uma forma que totalmente ao contrário da sua forma de ser: morreu dormindo....
Nosso pai nessa época já bem de idade caiu de cama e  demorou a recuperar-se,   assim a direção da casa e dos negócios ficaram sob minha responsabilidade... Foi também nessa época que decidi procurar a família de Rebeca, aquela moça que meu pai havia escolhido para ser minha futura esposa... Afinal de contas eu já havia dado minhas cabeçadas por ai e sendo meu pai o advogado dessa causa, ela deveria ser uma ótima causa!!  Foi um encontro muito diferente do que eu esperava, pois eu chequei cheio de desculpas e rogando a Deus para que eles não me colocassem para correr e, no entanto, fui recebido com muito carinho e acertamos mais uma vez as datas do casamento. E o mais importante é que foi uma decisão nossa e não dos nossos pais nem uma decisão de negócios! Quando entrei naquela casa fui recebido por uma jovem tão bonita que fiquei curioso para conhecer minha futura esposa. Mal sabia eu que aquela jovem que me recebeu à porta junto com os servos da casa era a minha Rebeca...
Foi um amor à primeira vista e o casamento logo marcado não demorou a acontecer, essa minha decisão era o medicamento que meu pai necessitava para deixar o leito e a enfermidade. Levantou-se lépido e pronto para mais uma vez coordenar a festa e sorrindo me disse que aquela pequena revolta que pratiquei foi inútil, afinal de contas ele estava certo mais uma vez.
Concordei!!
Durante os próximos três anos foi uma vida de paz e sossego para a nossa família, até que chegou o dia em que meu pai também se foi e eu fique sendo então o chefe da família...
E assim tem sido até hoje, meu filho!
_Adorei a sua história vovô! Mas ainda não sei como o senhor machucou o seu dedo do pé!
_Ah!! Isso? Era isso que você queria saber?
_Claro que não! A sua história é muito rica e lições de vida e valores, mas vovô e o seu dedo?
_Ah! Isso não foi nada demais, foi só o pisão de um cavalo!!

Antonio Celso -11/10/2012 – celso.antonio2008@ig.com.br

Visão Espírita de Adão e Eva


              De acordo com o Gênesis (o primeiro livro bíblico), o mundo, os animais e o homem foram criados diretamente por Deus durante uma semana. Essa descrição é de 3 mil anos atrás, época em que o homem não tinha os conhecimentos científicos de hoje. Por isso, é óbvio que não podemos analisar a Bíblia em seu sentido literal, sob pena de cairmos na infantilidade como a de achar que Deus tenha moldado Adão da argila, soprando-lhe a vida, e que uma de suas costelas foi a matéria-prima para o nascimento de Eva.
Sabemos hoje que a vida apareceu há mais ou menos 3,5 bilhões de anos, portanto, um bilhão de anos após o início da formação da Terra. Afirma-se que ela (a vida) tenha surgido na água sob forma de seres minúsculos extremamente simples. Estes seres deram origem às células, depois às plantas e aos animais invertebrados que habitavam o mar. Mais tarde, do mar, a vida se fixou sobre a terra firme e depois no ar.
Os primeiros seres humanos, surgiram sobre a Terra há aproximadamente 3 milhões de anos. Parece muito, mas não é, se considerarmos que a vida no planeta tem mais de 3 bilhões de anos. Ao longo dos anos, os seres sofreram transformações sucessivas, dando origem a várias espécies. Esse processo chama-se Evolução. Portanto, a vida humana descende, por evolução, daqueles primeiros seres vivos microscópicos.
Mas diz também, a Bíblia, que Adão e Eva foram instalados no Jardim do Éden onde viveriam felizes para sempre. Não teriam dores, nem problemas ou dificuldades. Não experimentariam a velhice, a doença, a morte. Mas para que isso fosse possível, Adão e Eva "Não deveriam comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal". O fruto não é a maçã, já que esta não é citada no texto bíblico. Mas entenderam os estudiosos da idade média que ela simbolizava o sexo. Mas, por que, Adão e Eva não deveriam ter relações sexuais, já que possuíam órgãos sexuais conforme ocorre com todos os seres vivos? Por conta dessa extravagante interpretação, durante séculos a atividade sexual foi situada como algo sujo e pecaminoso. Agora, perguntemos: E se Adão e Eva não tivessem cometido o "Pecado", o planeta Terra até hoje estaria habitado apenas pelo casal? Como Adão e Eva poderiam cometer o "crime" da desobediência se: – Não sabiam discernir entre o bem e o mal, – Não tinham noção do que é certo ou errado, – Obedecer ou desobedecer, – Justo ou injusto? Se Deus, que é bom, não é capaz de perdoar "a desobediência do casal", como espera Ele que exercitemos o perdão ensinado por Jesus? Deus, então, errou, por ter criado dois seres rebeldes, desobedientes e curiosos? Sabemos que não.
Mas, de acordo com Emmanuel, no livro “A Caminho da Luz”, psicografado por Chico Xavier, encarnaram aqui na Terra, Espíritos que foram expulsos de um planeta do sistema de Capela, que fica na Constelação de Cocheiro, situado a 42 anos-luz de nosso planeta. Tais espíritos "perderam" o paraíso, ou seja, o planeta em que moravam que era mais evoluído, para vir morar em nosso planeta na fase primitiva. Estes Espíritos deram origem à raça simbolizada na pessoa de Adão e, por essa razão mesma, chamada Raça Adâmica.
Muito adiante do homem terrestre em inteligência e cultura, eles promoveram notável surto de progresso em nosso planeta. Deles originaram-se: A civilização do Egito, O grupo dos Árias, O povo de Israel, As castas da Índia. Quando eles aqui chegaram, a Terra já estava povoada desde tempos antigos, como a América (pelos índios), quando aqui chegaram os europeus. Um exemplo é Caim, que após matar seu irmão Abel, saiu vagando pelo mundo, por ordem de Jeová, encontrando assim, a terra de Nod, a leste de Éden, onde conheceu sua esposa dando-nos a entender que havia mais pessoas habitando o paraíso. Mas lembremos que, assim como Adão e Eva, Caim e Abel também são figuras alegóricas, estes simbolizam a personalidade das criaturas.
E o barro citado na Bíblia? Na Bíblia diz: "Deus tomou um pouco de barro, deu-lhe forma humana, soprou-lhe as narinas e surgiu o primeiro homem." Há algo de real escondido na fantasia bíblica. Podemos situar o barro como símbolo dos elementos químicos usados por Deus para criar o Homem. O corpo humano foi constituído dos elementos materiais básicos deste planeta. E costela significa que a mulher é da mesma natureza do homem, não lhe é inferior, mas é igual e o homem deve amá-la como parte de si mesmo. Lembremos que esta versão Adão e Eva foi contada por Moisés a um povo ignorante que não entenderia a história real. Assim como fazemos com nossas crianças sobre vários assuntos.
Pensemos: "Se até hoje muitos não entendem, imaginemos naquela época." Então, com a Raça Adâmica, aconteceu o mesmo que vem acontecendo com a população do nosso planeta Terra. Aqueles que persistirem na maldade, não reencarnarão mais na Terra (serão expulsos do paraíso), ou seja, não herdarão a Terra, como afirmou Jesus. Na medida em que retornarem ao Além (ao desencarnar) haverá a separação do joio e do trigo. Os Espíritos que persistirem no mal (os joios) encarnarão em planetas inferiores, onde haverá choro e ranger de dentes, porque enfrentarão limitações e dores que funcionarão como lições que ajudarão na eliminação das falhas morais que ainda fazem parte da sua personalidade, até que aprendam a serem mansos e pacíficos, para que suas atitudes sejam dignas de filhos de Deus. Os bons (os trigos) continuarão a reencarnar na Terra, que está deixando de ser um mundo de provas e expiações (onde habitam Espíritos ignorantes e maldosos) para ser um mundo de regeneração (onde habitarão Espíritos regenerados), para que o Reino de Deus (que é de amor, de caridade, de paz, de solidariedade, etc.) se instale na Terra.
Então, podemos concluir que, a Raça Adâmica, foi expulsa do "Paraíso", ou seja, de um planeta superior do sistema de Capela, estrela pertencente à Constelação de Cocheiro, para morar num planeta inferior (Terra), por não seguirem as leis divinas. Como disse Jesus, "Há muitas moradas na casa do Pai".
 Esse estudo não tem a intenção de menosprezar a crença dos outros. Apenas mostra a visão espírita sobre Adão e Eva.

Fonte: Grupo de Estudo Allan Kardec

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Os números gigantescos da vida e da obra de Chico Xavier

Além de eleito “O Maior Brasileiro da História” em promoção realizada em 2006 pela revista Época, o saudoso médium foi escolhido este ano, em competição organizada pelo SBT,
“O Maior Brasileiro de Todos os Tempos”
Chico Xavier foi médium polivalente, ou seja, suas faculdades mediúnicas eram multifacetadas. Dentre elas destaca-se, obviamente, a psicografia, cuja obra engloba diferentes assuntos e abordagens dentro das linhas mestras do Espiritismo e do Evangelho. De fato, mensagens evangélicas, romances, poesias, crônicas, contos, reportagens espirituais e não-espirituais, avaliações históricas, literatura infanto-juvenil, cartas (correio espiritual), entre outras formas, constituem tipos de textos contemplados com copiosa amostragem de exemplos pela obra do médium Francisco de Paula Cândido Xavier.
O número de títulos publicados já atinge mais de 460. De fato, 412 obras do médium de Pedro Leopoldo-MG foram publicadas enquanto o médium estava encarnado, mas as publicações de trabalhos inéditos do médium mineiro após sua desencarnação, há uma década, já somam aproximadamente 50 obras, totalizando mais de 460 livros publicados. Esta obra colossal já vendeu aproximadamente 45 milhões de exemplares, tornando Chico Xavier o escritor mais lido da América Latina. De fato, Chico Xavier é o autor brasileiro de maior sucesso, segundo a revista “Isto é” (Fevereiro de 2010/Edição 2103). Segundo a revista “Isto é”, ele já vendeu quase o dobro dos livros de Paulo Coelho, nossa referência de best-seller literário. Em fevereiro de 2010, portanto, há mais de 2 anos, seus 458 livros (à época) somavam aproximadamente 45 milhões de cópias vendidas, segundo Cesar Perri, diretor da Federação Espírita Brasileira (FEB). “Somente ‘Nosso Lar’ tem 2,5 milhões de edições comercializadas em 15 idiomas”, afirmou, à época, o referido diretor da FEB.
Chico Xavier psicografou sete (7) dos dez (10) melhores livros espíritas do Século XX, conforme pesquisa realizada por órgãos da imprensa espírita (Organizações Candeia), os quais consultaram renomados nomes do movimento espírita nacional para chegarem a essa classificação.
“Parnaso de Além-Túmulo”, de 1932, foi sua primeira obra
O primeiro lugar coube ao livro “Nosso Lar”, ditado pelo Espírito André Luiz (Primeiro lugar: “Nosso Lar”, André Luiz/Chico Xavier; Segundo lugar: “Paulo e Estêvão”, Emmanuel/Chico Xavier; Terceiro lugar: “Parnaso de Além-Túmulo”, Espíritos Diversos/Chico Xavier; Quarto lugar: “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”, Léon Denis; Quinto lugar: “Memórias de Um Suicida”, Camilo Castelo Branco/Yvonne A. Pereira; Sexto lugar: “A Caminho da Luz”, Emmanuel/Chico Xavier; Sétimo lugar: “O Espírito e o Tempo”, José Herculano Pires; Oitavo lugar: “Há Dois Mil Anos”, Emmanuel/Chico Xavier; Nono lugar: “Evolução em Dois Mundos”, André Luiz/Chico Xavier-Waldo Vieira; Décimo lugar: “Missionários da Luz”, André Luiz/Chico Xavier).
Apesar da elevação intelectual de sua obra, só estudou, em termos de educação formal, o chamado “primário”, pois teve que trabalhar para ajudar no sustento da família. Tal fato torna o conteúdo moral, a elevação estilística na linguagem e o volume total de sua psicografia ainda mais impressionantes.
“Parnaso de Além-Túmulo” (livro de poesias publicado em 1932), sua primeira obra psicografada, constitui até hoje complexo enigma para estudiosos da literatura de orientação materialista, pois Chico trouxe de volta à crosta grande parte dos grandes nomes da literatura em língua portuguesa, do Brasil e de Portugal (56 poetas desencarnados), através de poesias totalmente inéditas. As poesias demonstram, inequivocamente, o estilo peculiar de cada poeta, o que foi ratificado pela análise de diversos escritores renomados da época, tais como Menotti del Picchia e Humberto de Campos.
Conforme registro no site da União Espírita Mineira (UEM), o qual foi obtido com o confrade Zenon Vilela, Chico Xavier psicografou algumas obras em tempo recorde, a saber:
Em 1952, Chico psicografou 2 livros em 2 dias: “Roteiro” de Emmanuel (172 páginas) e “Pai Nosso” de Meimei (104 páginas).
Em 1963, Chico psicografou 2 livros em 2 dias (neste caso, metades das obras, uma vez que são obras psicografadas por Chico Xavier e Waldo Vieira): Opinião Espírita (obra que contempla 204 páginas no total); e Sexo e Destino (obra que contempla 360 páginas no total).
“Há Dois Mil Anos” foi seu primeiro romance mediúnico
Em 31 de Março de 1969, data comemorativa do centenário da desencarnação de Allan Kardec, Chico psicografou 2 livros no mesmo dia: “Passos da Vida” (156 páginas) e “Estante da Vida” (184 páginas).
Seu primeiro romance mediúnico “Há Dois Mil Anos” foi psicografado no curto espaço de tempo que vai de 24/10/1938 a 9/2/1939 (aproximadamente 3 meses e meio), nos intervalos de suas atividades profissionais. Tal psicografia chama a atenção, pois a chamada “cronologia romana” foi reconhecida como autêntica por especialistas do assunto.
Fomentou direta e indiretamente um número colossal de outras obras de conteúdo evangélico-doutrinário de outros autores espíritas e não-espíritas, os quais se apoiaram em orientações, experiências mediúnicas, experiências vivenciais, dissertações evangélico-doutrinárias e trabalhos específicos dentro do movimento espírita narrados e vividos por Chico Xavier. Somente de livros biográficos publicados inspirados na vida de Chico Xavier temos um número superior a cem (100) obras.
Participou da direção e orientação doutrinária de um grande número de casas espíritas em Pedro Leopoldo e em Uberaba, com destaque para o Centro Espírita Luiz Gonzaga (Pedro Leopoldo-MG), a Comunhão Espírita Cristã (Uberaba-MG) e o Grupo Espírita da Prece (Pedro Leopoldo).
Foi médium psicofônico em um número incontável de reuniões de desobsessão, nas quais foi instrumento da doutrinação evangélico-doutrinária de um grande número de Espíritos sofredores.
Foi médium de materialização e participante de reuniões de materialização, nas quais fenômenos extraordinários foram verificados por diversos indivíduos idôneos espíritas e não-espíritas.
Foi médium de um número incontável de mensagens de Espíritos que, ao morrerem, deixaram suas famílias desesperadas, tornando-se um veículo de confirmação de imortalidade, conforto e esperança para milhares de famílias. De fato, o chamado “Correio de luz”, tarefa de difícil execução por constituir uma espécie de reunião mediúnica de certa forma pública, causava um grande desgaste físico ao médium, sem prejuízo qualquer à psicografia dos livros propriamente ditos, os quais eram feitos em horários alternativos.
Chico Xavier jamais extraiu vantagens de suas obras
O chamado “Correio de Luz” era desenvolvido com Chico Xavier rodeado por 400 a 500 pessoas em média, o que deu inúmeras evidências de autenticidade das comunicações mediúnicas, incluindo até mesmo estudos grafoscópicos das assinaturas dos “mortos”.
Jamais recebeu qualquer recurso financeiro oriundo dos 412 livros psicografados em vida, tornando-se um incomparável exemplo da prática da mediunidade gratuita, ou seja, da mediunidade verdadeiramente espírita. Todos os direitos autorais foram doados para obras de caridade, as quais contribuíram e continuam contribuindo para a manutenção de obras de amor aos mais necessitados.
A excelência mediúnica jamais foi obstáculo ao cumprimento fiel de suas atividades de trabalho material, no qual consta que foi um extraordinário cumpridor de seus deveres. De fato, segundo vários biógrafos, Chico jamais teria faltado a nem mesmo um único dia de trabalho.
Em estudo desenvolvido por especialistas da área médica e das ciências naturais, foi constatado que Chico Xavier apresentava um eletroencefalograma correspondente ao perfil apresentado na epilepsia, sendo que jamais, em seus 92 anos de vida, o médium tenha apresentado qualquer sintoma dessa enfermidade. Este fato, que ainda é referência para estudos vigentes sobre o fenômeno mediúnico, denota que de forma nenhuma o médium estava “fingindo” o fenômeno, ou seja, o chamado “estado alterado de consciência” era legítimo. De fato, seria impossível a elaboração de qualquer obra intelectual, ainda mais da grandiosidade da obra de Chico Xavier, passando por um surto epiléptico.
Apoiou e orientou um enorme número de médiuns, oradores, escritores e dirigentes espíritas em suas respectivas atividades doutrinárias, seja através do diálogo fraterno, seja por meio de cartas, sendo uma referência e um orientador indireto de um grande número de casas espíritas brasileiras.
Despertou e inspirou diversas pessoas a estudarem, aderirem e trabalharem no Espiritismo, devido à excelência de sua obra, do ponto de vista intelecto-moral, associada igualmente à excelência moral de sua vida.
Apesar de pobre, foi o arrimo da família
Superou preconceitos sectários de religiosos, cientistas e materialistas, inspirando o respeito de religiosos de outras denominações em relação a ele próprio, à mediunidade e à Doutrina Espírita, contribuindo decisivamente para a diminuição do preconceito contra o Espiritismo em nossa sociedade.
Foi ofendido, caluniado, processado e agredido fisicamente incontáveis vezes, sem jamais manifestar qualquer iniciativa de reação violenta contra tais atitudes, denotando uma paciência e uma disciplina moral, ante todo o tipo de pressão, que são raríssimas em toda a história da humanidade, mesmo para indivíduos que são referências de verdadeira santidade comportamental.
Contribuiu com a caridade material, auxiliando grande número de indivíduos necessitados em Pedro Leopoldo e Uberaba, seja através do trabalho de assistência e promoção social espírita das entidades a que estava vinculado, seja através de seu esforço pessoal. Vale lembrar que, em registro de Jorge Rizzini, o qual foi ao ar em uma das edições do “Globo Repórter”, filas de mais de 4 quilômetros eram formadas por ocasião do Natal em Uberaba, quando um número incontável de necessitados eram assistidos.
Manteve altíssimo nível profissional em suas atividades associadas ao “pão material”, sem nenhum prejuízo para suas atividades mediúnico-evangélico-doutrinárias, assim como a excelência mediúnica jamais foi obstáculo ao cumprimento fiel de suas atividades de trabalho material.
Foi referência de educação e cidadania para espíritas e não-espíritas em Pedro Leopoldo e Uberaba, cidades mineiras em que ele viveu, respectivamente, 48 e 44 anos, aproximadamente.
Chico Xavier foi arrimo de sua família, tendo ao todo 14 irmãos, oito (8) deles fruto do casamento de seu pai, Sr. João Xavier, com sua mãe, Dona Maria João de Deus, sendo que dos nove filhos – Maria Cândida, Luiza, Carmosina, José, Maria de Lourdes, Chico Xavier, Raimundo, Maria da Conceição e Geralda – seis, incluindo o Chico, foram entregues a padrinhos e amigos. Vale ressaltar que Chico sofreu muito nessa fase de sua vida, pois foi entregue à sua madrinha Rita de Cássia, que era uma mulher desequilibrada, que costumava aplicar em torno de três (3) surras diárias nele, além de submetê-lo a situações humilhantes.
O povo do Brasil o elegeu o maior brasileiro da história
Essa fase durou aproximadamente dois (2) anos. Os outros seis (6) irmãos foram fruto do segundo casamento de seu pai, que, após a morte de Dona Maria João de Deus, consorciou-se com Dona Cidália Batista. Os seis novos irmãos – André Luiz, Lucília, Neusa, Cidália, Doralice e João Cândido – proporcionaram a Chico Xavier um número enorme de sobrinhos. Chico auxiliou a todos material e espiritualmente, sendo fundamental para a manutenção material da família, incluindo a criação dos sobrinhos, principalmente depois da morte prematura de seu irmão mais velho, José Xavier, e da enfermidade reumática de seu pai, João Xavier.
Tendo nascido em 2 de abril de 1910 em família pobre, sofreu com muitas dificuldades para manter todo o trabalho de caridade material, que foi uma constante em sua vida de 92 anos de esforços. Como todos sabem, ele desencarnou em 30/6/2002.
Dormia em média apenas 4 horas por dia para conseguir concluir todo o trabalho material e todo o trabalho espírita/espiritual que constituíam as aproximadamente 20 horas restantes em cada um dos sete dias da semana, sem interrupções.
Sofreu com diversos problemas de saúde durante toda a existência, tais como tuberculose, catarata, infarto do miocárdio, angina pectoris, hiperplasia prostática, um olho praticamente cego etc., sem jamais alegar indisposição física ou impedimento material para o cumprimento de sua tarefa.
Adotou, criou e educou como filho Eurípedes Higino dos Reis, que se formou odontólogo em Uberaba-MG.
Foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz no início da década de oitenta (80) em uma campanha que mobilizou grandes nomes da cultura do país. Foi eleito “O Mineiro do Século”, por promoção da Telemar e da Rede Globo Minas. Por meio de eleição organizada pelos auditores independentes da Receita Federal foi considerado uma das oito (8) mais importantes figuras mundiais ao lado de Madre Tereza de Calcutá, Mandela, Sabin, Carlitos, Santos Dumont, Gandhi e Che Guevara. Foi eleito “O Maior Brasileiro da História” em promoção organizada pela Revista Época em 2006 e, no dia 3 de outubro deste ano, foi o grande vencedor da competição organizada pelo SBT que o consagrou como “O Maior Brasileiro de Todos os Tempos”.
Por:
LEONARDO MARMO MOREIRA
leonardomarmo
São João Del Rei, MG (Brasil)
Fonte:

O brasileiro Chico!
A eleição de Chico Xavier no último 03 de outubro como o Maior brasileiro de todos os tempos, evento promovido pelo SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) não surpreende. Chico Xavier, pela sua conduta, exemplo de vida e humildade quebrou os acanhados limites da religião. Chico não é do Espiritismo, mas do mundo. Todos querem tê-lo perto de si, reivindicar sua amizade, independentemente da religião que professam.

Minha tia, que não é muito de religião, até hoje mostra com orgulho uma carta que o médium, em certa ocasião, mandou à ela por intermédio de uma amiga que fora à Uberaba:
"Esta é a carta que o Chico me mandou, diz, com indisfarçável orgulho, como se fosse amiga dele há tempos. Que nada, ela só viu o Chico pela televisão". Chico tinha mesmo esse poder, o de fazer amigos mesmo sem tê-los visto fisicamente uma única vez. Provavelmente muitos dos que votaram no médium jamais conviveram com ele. Opa! Perdão, conviveram sim. 

Conviveram por meio dos livros, das cartas de consolo e das mensagens de alento que o médium foi pródigo em deixar.

Chico não apenas consolou, mas, sobretudo, esclareceu e fez proliferar pelo mundo as vozes dos Espíritos cantando a imortalidade da alma. A morte com Chico perdeu a força. A vida ganhou mais vida, mais cor, mais graça... Claro, morre o corpo, mas o espírito vive. E ele divulgou isso tão bem, mas tão bem e, principalmente para os pequeninos. Sim, os pequeninos corações, dilacerados pela dor e que o buscavam a fim de ter sua coragem agigantada em face dos desafios existenciais. Chico foi, se assim podemos dizer, o EMPRESÁRIO DE DEUS, que decretou o lucro da VIDA.

Certa vez, uma beata, preocupada com a repercussão de Chico na mídia, pediu ao padre Fabio de Melo que se manifestasse contra os inúmeros filmes produzidos sobre a vida do médium. O sacerdote, então, disse:

"Por que levantarmos vozes contra Chico Xavier, uma figura que exemplificou o amor, sensível e que dedicou toda sua vida ao semelhante? Não há razão para isso. Embora eu não seja reencarnacionista, admiro o cidadão Chico Xavier, sua sensibilidade"...

Disse tudo o padre: cidadão Chico Xavier. Vale destacar: Chico só foi um notável médium porque era um excelente cidadão. Num mundo tão carente de referências positivas, ver Chico sendo homenageado representa uma luz no fim do túnel, porquanto o cidadão de Pedro Leopoldo é para todos um exemplo de amor ao próximo. Ah, eu disse Pedro Leopoldo. Desculpem-me... Chico de Minas, do Brasil, do mundo... O Nosso Chico, aquele homem que de tão simples parece que nos fala diretamente ao coração, num bondoso e constante "Olá", dito quando abrimos alguma página de seus inúmeros filhos psicografados ou suas infinitas filhas, denominadas de mensagens.
Em algumas ocasiões me pego pensando nas dificuldades que passou esse homem, e que ainda assim não deixou que o desânimo o dominasse.

Por isso, prestamos esta singela, mas sincera homenagem embora ele não precise disso ao notável Chico Xavier, cidadão de Pedro Leopoldo, Uberaba, Minas, Brasil... cidadão do universo, amigo de todos...

Texto gentilmente oferecido por Wellington Balbo

domingo, 4 de novembro de 2012


A realidade da vida após a morte
Se a vida é totalmente diferente do que as pessoas falam, a vida após a morte é mais ainda. 
Se já temos multidões de pessoas com problemas psicológicos diversos, advindos do choque que a realidade dá em nossas ilusões, criadas pelo que as pessoas nos doutrinaram sobre como teria que ser a vida, imagine, então, como acontece quando estas mesmas pessoas passam pelo fino véu que nos separa da vida após a morte. Véu este que -mais cedo ou mais tarde- todos nós passaremos.
As imensas multidões que habitam o orbe terrestre, em choque, pela desilusão do que deveria ter sido e pelo que de verdade é. Multidões essas que afetam nosso dia a dia, pois não se encontram restritas apenas ao umbral, mas também na crosta terrestre, onde esbarramos com eles a toda hora, seja na rua, em nosso trabalho ou em casa. Por mais que nos incomode saber disso.
Reduziríamos muito essas multidões de desencarnados desequilibrados se nós nos atentássemos à verdade. Não à ilusão do mais fácil, do mais bonito ou do que seja lá que as pessoas se apegam na tentativa de melhorar uma vida já tão difícil por si só. Com isso, acabam por se apegar às ilusões vendidas como verdades em lindas molduras douradas. O problema é que fatalmente a ilusão leva à desilusão, mais cedo ou mais tarde. 
Se nos atentássemos à verdade, que por mais crua, nua e difícil que seja, é o caminho que nos leva a nós mesmos e à nossa liberdade e independência tão almejados por nosso espírito e a uma situação melhor em nossa vida encarnada e desencarnada. 
É verdade que, num momento difícil, é muito mais gostoso escutar a ilusão de nos dar o alento de que, de alguma forma, o problema vai resolver sem demandar maiores esforços de nossa parte, já tão cansados. É verdade também que nesse mesmo momento é bem difícil de encarar que simplesmente não vamos ter o que queremos se não nos levantarmos e enfrentarmos a realidade do trabalho e desenvolvimento próprio, que bem sabemos o quanto é duro e demorado.
Sem contar o envolvimento que as trevas nos dão no dia a dia através da venda das ilusões terrestres passageiras ou da solução fácil dos problemas, por meio desta ou daquela doutrina. Isso tudo para um indivíduo que não tem centrado seu espírito no firme propósito da melhoria real de si mesmo e da verdade em sua vida acima de tudo, ou seja, a grande maioria da população terrestre é um prato cheio para a ilusão e engano. 
Tudo isso, meus amigos, é o que faz com que os hospitais e farmácias terrestres se encham cada vez mais e também com que as multidões de desencarnados desequilibrados ganhem as ruas terrestres de forma desproporcional como jamais vista. Pois o atendimento nos hospitais-colônia é limitado pelo número de vagas disponíveis. 
E o umbral, cada dia mais cheio. Poucos são os que desencarnam em condições de se tornarem trabalhadores da luz. E destes, menor número ainda são os que se dispõem a trabalhar com tais desequilibrados desencarnados, pois a maioria espera que a sua ilusão se torne realidade, seja ela do ócio no paraíso, do trabalho agradável em uma colônia de luz, ou o que for. 
Ninguém espera que, ao desencarnar, acabe limpando o vômito e o cheiro pútreo dos desequilibrados desencarnados. Mas essa é a realidade com que vão se deparar se tiverem merecimento; se forem como a imensa maioria de despreparados, vão ser apenas mais um a serem socorridos ou a se amontoarem por aí. 
Ditado por Alvarez

sexta-feira, 2 de novembro de 2012