terça-feira, 26 de abril de 2011

A Parábola do Semeador e a Família

O Semeador, suas sementes e a qualidade da terra representam magnificamente o assunto estudado em nossa reunião. Na família também semeamos todo o tempo, e, podemos dizer que, quando nos tornamos pais, temos a "delegação" de Deus para a semeadura na família. A qualidade da terra representa as diferentes personalidades dos filhos que recebemos em nossos lares, variação esta acentuada pela diversidade dos compromissos do nosso passado.
É na Terra, mundo ainda na categoria de expiação e provas, que recebemos em nosso lar, pela lei das afinidades, aquele que no passado compartilharam conosco de ações de toda ordem. Ao segurar nos braços a criaturinha que nos chega pelas vias da reencarnação não sabemos, por misericórdia de Deus, que tipo de terra se nos está sendo apresentada para a semeadura:
*Os filhos beira do caminho são aqueles em que os ensinamentos não se fixam. Outras idéias, representadas pelas aves, sobrepõem-se facilmente. Os pais semeiam todo o tempo sem presenciar qualquer germinação; ao contrário, outras tendências, próprias, provenientes do meio ou insufladas por espíritos que se lhes afinizam, tomam o lugar da germinação esperada.
*As famílias beira do caminho são as famílias permeáveis onde não há barreiras para a entrada de idéias e ensinamentos estranhos - as aves que podem “comer” todos as "sementes", impedindo a sua germinação.
*Os filhos chão pedregoso são os filhos "pouca terra", onde todas as idéias germinam com entusiasmo inicial. As plantinhas, porém, não têm raízes ao primeiro sol (dificuldades, dores, contrariedades) logo morrem. São os filhos de pouca vontade ou de temperamento volúvel, que agem por estímulos fortes, porém passageiros.
*As famílias chão pedregoso são as que oscilam entre o entusiasmo passageiro e o desequilíbrio causados pelas contrariedades da vida. Não tendo o amparo de uma crença perambulam de idéia em idéia, de acordo com as conveniências e contrariedades da vida.
*Os filhos espinheiros são os em que as imperfeições do passado fazem sombra e sufocam as sementes. Muitas vezes, em condições de crise, conseguem aceitar o ensinamento, mas passado o momento retornam ao abafamento de suas próprias personalidades.
*As famílias espinheiros são as famílias impermeáveis, que não permitem, dentro do seu abafamento, o brotar de novas idéias.
*Os filhos e famílias terra boa são aqueles que estão preparados para a semente e vão produzir de acordo com sua capacidade (30 para 1, 100 para 1,...). São os indivíduos e família em pleno trabalho de reforma intima, estáveis, em curso normal de evolução.

UM SEGREDO NESTA PARÁBOLA
Há dois mil anos passamos adiante esta parábola de Jesus, e nela devemos notar algo essencial e, também, invisível aos nossos olhos:
O semeador semeia sempre; não olha para traz; não tem ansiedades pelo futuro nem maldiz a terra ou as dificuldades do passado e do presente que atrapalham a sua colheita; simplesmente continua semeando.
Os pais, na função de semeador, não amam a semente nem a colheita. Amam sim a terra que cultivam e que trabalham para tornar mais produtiva. Sua semeadura não se restringe ao lançar de sementes, palavras valiosas, mas também na exemplificação que significa o trabalho na terra pedregosa, afofando-a e retirando-lhe as pedras para o arejamento da raiz; o extirpar de más inclinações do passado, desbastando os espinheiros e ajustando a beira do caminho para que esta acolha as sementes antes da chegada das aves que com certeza virão visitá-la.
*As famílias afetivamente amorfas são o resultado dos semeadores que não semeiam, indiferentes ao destino da terra que lhes foi confiada.
*As famílias afetivamente passionais são o resultado dos semeadores que se voltam contra a terra, contra Deus e contra todas as dificuldades que os visitam. Violentam a terra, cobrando dela resultados que esta ainda não está preparada para proporcionar.
*As famílias afetivamente compensatórias e semipermeáveis são o resultado do trabalho constante do semeador, assim como na parábola, que entende que mesmo a terra boa produz proporcionalmente á sua capacidade (30 para 1, 100 para 1,...).
Temos recebido, à luz do espiritismo, as sementes, a palavra do reino, os ensinos espirituais.
Segundo o que produzir com esses ensinamentos, cada qual revelará, em sua vida, que tipo de solo é a sua alma. no Evang.Seg,Espiritismo, Cap,14, parág.9, temos um interessante ensinamento que vem completar as nossas reflexões:
"Quando os pais fizeram tudo o que deviam para o adiantamento moral dos filhos, se não se saem bem, não têm censuras a se fazer, e sua consciência ' pode estar tranqüila, mas, ao desgosto muito natural que experimentam do insucesso dos seus esforços, Deus reserva uma grande, uma imensa consolação, pela certeza que não é senão um atraso, e que lhes será dado acabar em outra existência a obra começada nesta, e que um dia o filho ingrato os recompensará com seu amor. "


Estudos da Família à Luz do Espiritismo – A Família no mundo atual
Pág.09 e l0

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